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Mudanças climáticas e os impactos na forma de consumir roupas, alimentos, produtos de limpeza e cosméticos

Durante o congresso realizado pela ESOMAR, entidade europeia de pesquisa de opinião e marketing, em que a HSR esteve presente, houve um momento de reflexão sobre o impacto das mudanças climáticas nos hábitos de consumo para elaboração de políticas públicas

Foi identificado que no discurso o cuidado e a preocupação com o meio ambiente é quase uma unanimidade, mas, quando o assunto é a mudança de hábitos de consumo para sua preservação, o cenário se torna um pouco diferente.

Em uma fala de Fabian Echegaray: “Para que haja uma mudança radical que traga benefícios às mudanças climáticas, é necessário vender políticas públicas que tenham impacto diretamente no bolso do consumidor, ou seja, tragam benefícios em custos”.

A seguir saiba mais sobre o comportamento do consumidor em relação ao meio ambiente. Continue a leitura! 

Por que o comportamento ainda não reflete da mesma forma que o incômodo e a preocupação com o meio ambiente?

Em uma pesquisa que a HSR acaba de realizar sobre a relação de consumo e mudanças de hábitos devido às questões climáticas, foram investigados os seguintes setores: vestuário, alimentos e bebidas, produtos de limpeza e cosméticos. 

Apesar de já surgirem padrões de hábitos mais conscientes nas categorias pesquisadas, o impacto em mudanças efetivas ainda não atinge a maioria da população.

No estudo, 77% afirmam que as mudanças climáticas tiveram algum impacto na sua forma de consumir, sendo que a categoria de produtos de limpeza é a que mais considera mudanças, com 83% dos respondentes. Apesar de ser uma das indústrias mais poluentes do mundo, o setor de vestuário é, entre as categorias estudadas, a que menos gerou uma alteração efetiva na forma de consumir. 

Vestuário 

Nesta categoria, o maior impacto foi gerado na quantidade comprada (37%), seguido pelo preço (29%) e pela identificação com a marca (23%). Mas, claramente a economia circular tem seu lugar junto a esses consumidores, principalmente junto às mulheres: quase 1/5 delas mencionam a aquisição/troca de roupas em plataformas, grupos e brechós.

Alimentos e bebidas

Os consumidores avaliaram o consumo menos prejudicial às mudanças climáticas com saúde: quase metade de quem menciona alguma alteração de consumo, traz o consumo de alimentos mais saudáveis e naturais como recorrente. Além da maior naturalidade dos alimentos, as embalagens também são foco desse consumidor, pois mais de 1/3 deles dão preferência a produtos com embalagens recicláveis ou recicladas.

E é claro que o posicionamento das marcas em relação a isto não passaria despercebido: 1/3 dos consumidores mencionam dar preferência a marcas que se preocupam com sustentabilidade.

Produtos de limpeza 

Nesta categoria o posicionamento da marca em relação à preocupação com o meio ambiente é bastante importante: 46% dos consumidores mencionam que dão preferência a comprar marcas que se preocupam e que têm ações em prol do meio ambiente, junto aos consumidores da classe A, essa parcela sobe para 54%.

Mas existem outros fatores também, como o uso de refil, o reuso das embalagens, que acabam impactando boa parte dos consumidores.

Cosméticos

Os refis parecem mesmo ter vindo para ficar: 4 em cada 10 consumidores declaram comprar refis sempre que possível na categoria de cosméticos. Mas o posicionamento da marca é ainda mais importante, sendo mandatório para quase metade dos consumidores.

Embalagens recicláveis e produtos cruelty free também impactam cerca de 1/3 dos consumidores, esses últimos sendo ainda mais importantes para as mulheres.

Posicionamento das marcas de uma forma geral

Consumo consciente e sustentável é responsabilidade do consumidor e das marcas. 

E, claramente, os consumidores esperam atitudes pró-ativas das marcas em relação a estas ações, principalmente na eleição de causas para defesa do meio ambiente e a busca incessante por embalagens recicláveis.

Além disso, hoje mais de ¼ dos consumidores já atribuem às marcas a responsabilidade pela economia circular, reciclando seu próprio lixo, além da logística reversa.

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