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ESG sob o prisma do consumo sustentável e de uma sociedade inclusiva

O ESG, de uma forma geral, foi o tema que mais se destacou no 10º Congresso Brasileiro de Pesquisa de Mercado, Opinião e Mídia, seja sobre o prisma da sustentabilidade seja sobre o prisma da inclusão.

Abordado inicialmente em uma apresentação da Globo em que o key speaker do evento, Cristovam Ferrara (Head de Sustentabilidade da Globo), apresentou tudo o que a emissora tem feito recentemente em relação aos pilares que compõem as suas estratégias de ESG: desde a mudança na programação até ações internas de mudança de mindset para uma transformação genuína: “Para ver propósito, é preciso ter verdade”, defendeu o executivo.

Neste artigo, aprofundaremos os principais insights presentes no Congresso, sobre ESG.

 

Consumo Sustentável

 

  • 87% dos brasileiros desejam comprar itens de organizações mais transparentes em relação à origem dos produtos, condições de trabalho e testes em animais.
  • 95% dos investidores millenials têm interesse em investimentos sustentáveis
  • 62% dos brasileiros já boicotaram uma marca por não estar em linha com os seus valores.
    Fonte: Apresentação Do Plim ao Play, da Rede Globo

 

Em um outro momento do evento, foi abordada a melhora entendimento dos consumidores em relação ao seu papel na sustentabilidade, assim como melhoram o entendimento da responsabilidade dos fabricantes: ¼ dos shoppers já entende que a responsabilidade de ser sustentável vem deles, ao passo que a responsabilidade é menos atribuída aos políticos e mais compartilhada com fabricante se varejistas.

A maior dificuldade apresentada pelos consumidores em relação ao consumo sustentável diz respeito ao custo elevado dos itens. 5 em cada 10 consumidores concordam que recentemente tiveram dificuldades em manter o consumo sustentável por razões econômicas e ou sociais. Ou seja, é preciso considerar a acessibilidade financeira nas estratégias de sustentabilidade.

Por outro lado, a produção local e os ingredientes naturais lideram o ranking das escolhas sustentáveis: 26% frequentemente escolhem frutas, legumes, verduras, carnes e peixes produzidos localmente. 19% buscam produtos de cuidado pessoal com ingredientes naturais e 18% preferem produtos de limpeza com menos ingredientes químicos.

Em um estudo realizado recentemente pela HSR sobre o impacto das mudanças climáticas nos hábitos de consumo, apesar de já surgirem padrões de hábitos mais conscientes nas categorias pesquisadas (vestuário, alimentos e bebidas, produtos de limpeza e cosméticos), o impacto em mudanças efetivas ainda não atinge a maioria da população. A questão da percepção da população em relação à sua responsabilidade com o meio ambiente é unânime, no entanto, o reflexo em seus hábitos de consumo ainda possui uma jornada a ser percorrida pela frente.

Na fala dos painelistas do Congresso, um ponto recorrente e que também desponta em nossos estudos: as embalagens recicláveis (impacta 1/3 dos consumidores). Por ser um dos principais pontos de contato com os consumidores, é altamente percebido e tem sido um dos primeiros passos dados nesta jornada.

 

Sociedade mais inclusiva

Quem não se emociona com uma história poderosa e bem contada?

 

A questão da inclusão e representatividade na propaganda também foi abordada durante o evento. Mais do que considerar personagens que representem as minorias, é ter estes personagens como protagonistas das narrativas. As marcas que sabem o poder da empatia performam melhor ao criar a conexão com os personagens-chave. Ter protagonistas de grupos pouco representados não tira o potencial de uma propaganda. Se feito de forma genuína, potencializa o resultado.

 

Comunidade LGBTQIA+

 

O case de Alpargatas que foi premiado este ano na categoria “Creative Strategy – Brave Brands” no Cannes Lions – maior festival internacional de criatividade – trouxe o grande desafio de mensurar o percentual de pessoas que se identificam como LGBTQIA+ no Brasil e o perfil da comunidade no ambiente de trabalho.

Mais de 15,5 milhões de brasileiros são parte da comunidade LGBTQIA+, o que representa 9.3% da população brasileira com mais de 16 anos.

62% da população LGBTQIA+ economicamente ativa nunca ou raramente fala sobre sua orientação sexual ou identidade de gênero no trabalho.

34% percebem que as vezes, raramente ou nunca têm acesso às mesmas oportunidades de crescimento no trabalho.

 

Entendemos nosso papel e nossa responsabilidade em criar um mundo melhor, mais diverso, empático e inclusivo. Devemos ampliar o alcance destas discussões. Compartilhe este post com quem se interessa em promover uma sociedade mais igualitária e acolhedora.