Tendências

Carros eletrificados: pesquisa HSR revela que sustentabilidade não é atributo prioritário na hora da escolha

Identificamos que economia é o que mais chama a atenção e que as marcas chinesas são sinônimo de expertise e confiabilidade no universo dos eletrificados

A sustentabilidade não é um fator decisivo na hora da compra de veículos eletrificados. Embora costumem separar o lixo doméstico, usar energia solar e priorizar o reuso de água, proprietários de veículos híbridos plug-in priorizaram, na escolha do carro novo, a economia de combustível. É o que revela um levantamento inédito da HSR Specialist Researchers, maior grupo de pesquisa independente da América Latina.

A decisão de compra dos modelos eletrificados passa pela economia de combustível, segurança contra instabilidades do setor de combustíveis fósseis e pelo desejo de estar na moda, adotando tecnologias inovadoras. Os donos de modelos PHEV, do inglês “Plug-in Hybrid Electric Vehicle”, também enxergam na modalidade uma forma de vivenciar o mundo dos eletrificados, que oferecem uma potência maior e mais tecnologia, sem ter que passar pelo ônus dos veículos totalmente elétricos, que ainda enfrentam deficiência na quantidade e distribuição de estações de recargas no país, aponta a pesquisa. Os modelos plug-in possuem um alto nível de eletrificação automotiva, entregando, em muitas situações, uma experiência de direção muito similar aos veículos 100% elétricos. Se algo acontecer, e ficarem na mão nas redes de recarga, a combustão é acionada.

O estudo “Da Indiferença à Paixão: a Jornada do Engajamento através das Gerações” ouviu 3.500 pessoas sobre mais de 20 temas. Em relação aos carros eletrificados, a pesquisa se dividiu em duas frentes. Ouviu em profundidade proprietários de modelos Volvo XC60, Caoa Chery, Tiggo8, BYD Song Plus e GWM Haval H6 para traçar o perfil de quem fecha negócio com marcas de veículos híbridos. Em paralelo, entrevistou, na população geral, 400 pessoas, da classe AB1, de todas as regiões do país e de diferentes gerações. O objetivo foi avaliar a percepção delas sobre veículos eletrificados e a possibilidade de expansão do mercado.

No público geral, 38% dos entrevistados têm ou já tiveram veículo híbrido ou 100% elétrico. A pesquisa identificou também que as diferentes gerações têm níveis variados de interesse sobre o assunto. Os Baby Boomers (60 anos em diante) são os menos propensos a investir: apenas 10% dos que responderam à pesquisa pretende ter um carro híbrido, e, 14%, carro elétrico. Já os integrantes da Geração X (42-60 anos) demonstram interesse maior: 25% querem um modelo híbrido e 12% elétrico. Nas gerações Y (26-41 anos) e Z (12-25 anos – para a pesquisa só foram entrevistados os acima de 18 anos) combinadas, 35% pretendem ter um veículo híbrido e 17% elétrico.

A reviravolta dos chineses

Outro aspecto da pesquisa que chamou a atenção foi a percepção dos consumidores sobre carros chineses. Se, no passado, eles tinham alto índice de rejeição nos modelos à combustão, hoje são vistos como garantia de tecnologia e credibilidade nos veículos eletrificados. Marcas como BYD e GWM são comparadas às consagradas Audi e BMW pelos entrevistados.

Atualmente, as marcas chinesas têm o segundo menor grau de reprovação, com 48%. Com o maior índice de rejeição, em todas as gerações, estão as marcas alemãs (72%), japonesas (70%), americanas (68%), britânicas (58%) e coreanas (56%).

Uma empresa chinesa também sai na frente quando os entrevistados das Gerações BB e X são perguntados sobre qual a primeira marca que vem à cabeça quando se fala de eletrificados. As duas faixas etárias apontam a BYD, com 31,6% e 37,3%, respectivamente. Já a americana Tesla foi lembrada por 20,6% dos entrevistados das Gerações Y e Z combinadas.

Insights para o mercado de eletrificados

O estudo identificou oportunidades para as marcas se expandirem. Embora a projeção seja que a venda de eletrificados cresça 23% ao ano no Brasil até 2028, o mercado de eletrificados ainda precisa vencer algumas barreiras. Uma das principais é ampliar a infraestrutura e a cobertura de recarga.

As empresas precisam também educar os consumidores sobre o descarte de baterias e de componentes e garantir a estabilidade na cadeia de suprimentos. No início de tudo, cabe às concessionárias revisarem a argumentação dos vendedores, que devem ser treinados para contornar objeções aos eletrificados e ter uma vasta gama de informações favoráveis à aquisição dos modelos. Políticas públicas de incentivo também devem ser ampliadas.

Baixe aqui o estudo “Da Indiferença à Paixão”: https://conteudo.hsr.specialistresearchers.com.br/pesquisa-da-indiferenca-a-paixao

Quer falar sobre este estudo ou sobre as tendências no setor automotivo?

Fale com nossos especialistas: myspecialist@hsr.com.vc